Existem apenas duas maneiras de se ver a vida: a complicada e a simples. Mas esse não é um aspecto da dualidade, pois a maneira complicada é da matéria, já a simples não. O que define ambas é a presença ou não de um terceiro elemento.
Suponhamos que sua verdadeira essência, seu Eu Profundo, se encontre em um ponto de vista diferente do mundo, numa pequena ilusão de separação. A separação não existe, mas criemos uma para ilustrar o que estou dizendo. Suponhamos então que haja essa “separação” entre seu Eu Profundo e o mundo. São dois elementos: o observador e o observado.
Quando existem apenas dois elementos temos então a maneira simples de se ver a vida. Não há filtros, não há véus, não há crenças, não há tradições, não há indagações, não há confronto; o que há é apenas a observação pura. Dois elementos numa relação amorosa de carinho, confidência, respeito e desprendimento.
Mas o que acontece quando um terceiro elemento se apresenta querendo participar desse relacionamento entre o Eu Profundo e o Mundo, intrometendo-se e dando palpites a torto e a direito? Obviamente, esseMénage à Trois não terminará bem e alguém sairá ferido. Especialmente quando esse terceiro elemento torna-se o intermediário do relacionamento principal.
E qual é o terceiro elemento? Ora, é o falso eu, apelidado carinhosamente de ego.
Situando-se exatamente entre o Eu Profundo e o Mundo, o falso eu é intermediário da relação, logo tornado-se o responsável pela maneira complicada de se ver a vida. Antes dele, o Eu Profundo olhava para um cubo de gelo e pensava:
“É gelado e curioso. Legal.”
Após sua chegada o pensamento mudou:
“Isso é gelo. E o gelo é o estado sólido da água, seu aspecto é vítreo e semitransparente, dependendo da presença de impurezas ou de ar. Uma propriedade incomum do gelo quando congelado na pressão atmosférica é que na solidez tem cerca de 9% menos densidade que a água líquida. Sua densidade é de 0,9167 g/cm³ a 0ºC, enquanto a água tem uma densidade de 0,9998 g/cm³ à mesma temperatura. Porém, abaixo de 4ºC tal densidade diminui quando suas moléculas começam a formar cristais hexagonais de gelo.” [1]
O falso eu pega uma informação simples e transforma em um grande problema. Quando você olha para algo, se ainda está refém de seu ego, não o vê realmente. O que vê são interpretações alucinadas retiradas de seus arquivos cerebrais para definir o que está vendo.
Isso não deveria ser um problema, mas ao longo do tempo tornou-se um empecilho. Se por um lado o intermediário é importante para que você possa, como espírito atemporal, amorfo e extrafísico, ter uma experiência completa nessa novidade material, por outro lado ele não deveria se confundir com sua própria identidade.
Logo, o falso eu só deveria ter a palavra quando fosse realmente necessário. Mas ele é tão sagaz e malicioso que o envolve completamente em sua conversa fiada e você acaba ficando à sua disposição. Mas enquanto essa relação entre os três elementos estiver complicada, você não poderá encontrar uma saída para suas tristezas.
O Paraíso não está lá fora, não está no futuro e nem é uma recompensa. O Paraíso é onde você está. Ele existe apenas se você assim quiser. Você pode procurar o quanto quiser, pode esperar o quanto quiser, pode sonhar o quanto quiser, mas em não compreendendo que o seu mundo depende unicamente de sua própria vontade, o Paraíso vai continuar invisível aos seus olhos.
Ponha o intermediário em seu lugar, que ele fale apenas quando for preciso, e aprenda a ver a vida de maneira simples. Comece a construir agora a vida de seus sonhos, o seu Paraíso na Terra. Você é um Co-Criador por natureza e sua vida atual foi feita por você, assim como o que surgir daqui para frente.
Apenas simplifique e busque aproveitar o momento. Não existem coisas complicadas, apenas pessoas complicadoras. Na evolução, menos é mais.
Fiquem com Luz - Ssapyará
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