Falar de consciência feminina é falar sobre os conteúdos que formam nossa compreensão sobre o feminino. Estes conteúdos são compostos por uma imensidão de crenças, de idéias e de valores que juntos formam nossa consciência sobre isto. Porém, independente do que pensamos, compreendemos ou somos “conscientes” sobre o feminino, “o feminino” é uma consciência em si mesmo e está além de tudo o que pensamos ou achamos que sabemos sobre ele.
As crenças e os valores que permeiam o universo feminino determinam uma consciência coletiva sobre isto, onde as mulheres tanto são influenciadas por esta coletividade, como, também, são formadoras de crenças e sustentadoras de valores que a determina. Esta condição também influencia o comportamento feminino como uma resposta a esta consciência coletiva e, assim, posso dizer que o que acreditamos, pensamos, achamos ou temos certeza a respeito do feminino traduz nossa consciência sobre ele e isto naturalmente determina uma reação sobre o comportamento das mulheres e também da sociedade como um todo.
consciência feminina está vinculado a valores superficiais, relativos, tendenciosos
Na maioria das vezes se considera consciência feminina o “jeito de ser das mulheres” como, por exemplo: o funcionamento do corpo feminino e suas individualidades; as emoções femininas; o modo das mulheres se vestirem; de pensarem; de agirem; de reagirem; seus costumes; seus valores; suas crenças e, também, o que os próprios homens e a sociedade em geral consideram sobre as mulheres e sobre “consciência feminina. Penso que desta forma o que se considera consciência feminina está vinculado a valores superficiais, relativos, tendenciosos, preconceituosos tanto provindos do universo interno de cada um de nós quanto de fatores externos sociais, culturais entre outros
Como podemos pensar que a consciência feminina é relativa aquilo que nós achamos que ela seja? Como nós mulheres podemos permitir que a compreensão sobre a consciência feminina seja apenas relativa a uso, costumes, meio social e cultural específico a cada sociedade? Como podemos permitir esta visão tão externa, superficial, transitória e tendenciosa relativa às mulheres seja mantida e reconhecida como “consciência feminina”.
Isto sem dúvida alguma é um desrespeito para com o feminino, pois este sempre estará sujeito a ser reconhecido mediante a consciência duvidosa e preconceituosa do ser humano. Mas qual é a saída para esta situação? Como saber ao certo o que é consciência feminina? Afinal o feminino é realmente uma consciência ou simplesmente um modo de existir das mulheres, que vai se modificando superficialmente acompanhando às tendências de uma época?
Ramy Arany – Sócia Diretora da Inove Soluções em Liderança, Fundadora do KVT Feminino e Co-fundadora do Instituto KVT. Assistente social, terapeuta comportamental, escritora, coach, consultora, palestrante, autodidata, pesquisadora e desenvolvedora da consciência Especialista na Liderança feminina, no comportamento, em relacionamentos e maternidade. Escritora dos livros Eternamente Ísis – O retorno do feminino ao Sagrado e Visão Gestadora – A visão em teia.
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