Paradigma é um conjunto de crenças, um modelo da realidade que é aceito pela maioria das pessoas. Esse modelo funciona como verdadeiros óculos com que enxergamos a realidade. Em última análise é o paradigma que determina nossa forma de pensar, avaliar e agir, mesmo que não saibamos disso.
Por ser transmitido culturalmente, de geração a geração, perpetua a maneira como a sociedade funciona na prática.
Geralmente não nos damos conta dos paradigmas que orientam nossas vidas. Eles são como programas rodando sem nosso conhecimento. Como não questionamos o modelo aprendido na infância e que é reforçado ao longo da vida pelo sistema científico, educacional e religioso fica muito difícil mudar um paradigma quando este não atende mais às necessidades de uma população.
O paradigma que rege a imensa maioria das pessoas no momento é o paradigma materialista ou newtoniano-cartesiano, que surgiu com o nascimento da ciência e vigora há mais de trezentos anos. Ele se caracteriza por ser:
1) Materialista: já que considera a matéria como base de tudo que existe.
2) Dualista: já que divide o homem em duas partes distintas e totalmente independentes, o corpo e a mente.
3) Reducionista: pois reduz o funcionamento do homem e de todo Universo à mera interação entre átomos e moléculas.
4) Mecanicista: por conceber o Universo como uma máquina, um imenso mecanismo semelhante às engrenagens de um relógio.
O materialismo propõe que tudo o que existe nasce da interação entre as partículas elementares que constituem os átomos que formam a matéria. A isso chamamos causação ascendente, que no ser humano seria assim:
As partículas elementares (prótons, nêutrons e elétrons) formam os átomos,
Os átomos formam as moléculas,
As moléculas formam as células do corpo,
As células (neurônios) formam o cérebro,
O cérebro gera a consciência.
Logo, segundo o materialismo, a consciência de um ser humano é meramente o resultado da atividade do cérebro, um epifenômeno. É por essa razão que a maioria das pessoas ainda acredita que uma pessoa em coma está inconsciente. Se o cérebro está com problema, a consciência é perdida. O materialismo insiste em afirmar que tudo o que pensamos, sentimos, acreditamos e valorizamos na vida não passa de mera função cerebral, resultado da atividade dos neurônios.
O pesquisador Charles Tart, em seu excelente livro “O Fim do Materialismo” relaciona as características do paradigma materialista que:
-Aceita a matéria como a realidade última.
-Acredita que o Universo é controlado por leis físicas imutáveis e pelo acaso absoluto.
-Insiste que o Universo não tem um principio criador, nenhum propósito ou sentido.
-Todas as ideias sobre divindade e espíritos são ilusões e superstições.
-A vida e a consciência são decorrentes de processos físicos e casuais.
-Nossas ferramentas para interagir com o meio são apenas os cinco sentidos e a razão.
-O livre-arbítrio é uma ilusão, pois somos seres condicionados por leis biológicas.
-Nossa identidade se define pelo corpo físico e pelo ego.
-Estamos separados totalmente dos demais indivíduos e seres,
-Os que nos agradam, pensam como nós ou nos ajudam a evitar o sofrimento são nossos amigos. Aqueles que nos fazem sofrer, que pensam diferente de nós ou não nos permitem que sintamos prazer são nossos inimigos.
-Privilegia o individualismo, a competição e a luta.
-Não aceita que existe vida após a morte.
- Não aceita que existam seres não físicos (almas, espíritos, etc.)
Como podem ver é o paradigma do EGO.
Segundo o materialismo, você é apenas matéria, que surgiu no Universo por puro acaso, pela combinação de alguns elementos químicos. Não há nenhum sentido, nem propósito em sua vida. Qualquer noção de espiritualidade é construção do seu cérebro para não se sentir tão só e desamparado. Você é uma máquina controlada pelos genes e pelas leis da matéria. Por isso não há como mudar o seu destino. Está tudo determinado.
Só existe aquilo que pode captar com os cinco sentidos. Se não vemos “espíritos”, então eles não existem. O que não pode ser medido e avaliado pelo método científico da experimentação também não existe. Se pensarmos diferente, seremos ridicularizados e condenados.
A única forma de entender o mundo é através da razão. Se você não entende algo, ele não é real.
Você é apenas um corpo e a noção de quem é (ego). Não há nada oculto no comando.
Você é um ser finito, já que com a morte perderá o corpo e a consciência. Portanto, pode fazer qualquer coisa ou deixar de fazer, é indiferente. Vai desaparecer, mesmo!
Somos os únicos seres com consciência no planeta, por isso somos a “cereja do bolo”. Podemos dominar e explorar a natureza, que existe só para nos servir. Animais não têm consciência, nem sentimentos. São apenas comida, cobaias de laboratório e diversão.
Como pessoas, somos separadas umas das outras. Por isso, podemos competir por mais recursos, guerrear e explorar uns aos outros.
Percebeu o alcance desse paradigma? Para ter ideia do tamanho do problema, basta dizer que fazem parte dessa linha de pensamento todas as ciências clássicas como física, química, biologia, medicina, psicologia, economia, sociologia, e assim por diante. É um paradigma que se baseia na ciência, mas uma ciência voltada para servir o ego: setenta por cento da produção científica do mundo é destinada à indústria da guerra.
Compreende porque, apesar do progresso tecnológico, a atuação do materialismo é limitada e não atende mais às necessidades dos humanos e dos outros seres do planeta? Está claro porque não conseguiremos resolver os principais problemas da humanidade usando um modelo que privilegia a matéria e anula o espírito?
Mas, felizmente, há um novo paradigma surgindo entre nós: o paradigma quântico ou sistêmico. Com o desenvolvimento da teoria da relatividade de Einstein e principalmente da mecânica quântica há cem anos, partimos agora para uma visão holística (ou sistêmica) do mundo, onde tudo se integra. Mais adiante vou abordar os principais achados da mecânica quântica.
Nesse modelo da realidade não há mais separação. Sua mente e seu corpo; você e o outro; o homem e o Universo são entendidos como uma unidade, podendo se inter-relacionar e se influenciar instantaneamente através de conexões mais rápidas que a velocidade da luz.
Charles Tart relaciona os principais aspectos do paradigma quântico:
-Aceita a consciência como realidade última.
-Entende que o Universo foi criado e é mantido por um poder inteligente, uma intenção organizadora que está em evolução.
-Nossas ferramentas para interagir com o meio são os cinco sentidos, a razão, a intuição e os poderes paranormais (psi)
-Existe livre-arbítrio.
-Nossa identidade se constitui de corpo, mente e alma.
-Estamos todos entrelaçados, por isso não faz sentido algum pensarmos em termos de inimigos.
-Privilegia a solidariedade, a cooperação e a união.
-Aceita que exista vida após a morte física.
-Aceita a existência de seres não físicos (almas, espíritos, etc.) em processo de evolução.
Este é o paradigma da CENTELHA DIVINA.
Segundo o paradigma quântico, você é uma consciências eterna. Foi emanado intencionalmente por um princípio cósmico inteligente e organizador. Há propósito e sentido em sua vida. Está vivendo agora uma experiência material com finalidade evolutiva. Isso também acontece com os outros seres que coabitam o planeta. Todos eles têm consciência e evoluem assim como nós e merecem nosso respeito.
Você pode fazer escolhas e mudar sua realidade pelo poder da consciência focada e alinhada à Inteligência Cósmica.
Nada está determinado. Todas as possibilidades estão em aberto. Não estamos sozinhos. Somos acompanhados por seres não físicos que estão próximos a nós por afinidade vibracional.
Você pode interagir com outras pessoas e com o Todo através da intuição e de poderes naturais como visão remota, telepatia, telecinesia, etc.
Por estar entrelaçado com todos e com tudo, não faz sentido competir, dominar, guerrear ou explorar. Fazer isso seria como “dar um tiro no próprio pé.”
Com qual das duas visões o seu coração se identificou?
O paradigma quântico começa a despontar, lentamente, entre alguns cientistas de vanguarda e mesmo entre o público em geral. O termo física quântica tornou-se popular. É usado com frequência em muitas publicações e seus princípios servem como base para impulsionar uma nova versão mais coerente das ciências clássicas: a nova física, nova química, nova medicina, a nova economia, e assim por diante.
O modelo quântico da realidade ainda não é aceito no meio científico oficial, mesmo tendo como base a física moderna e outras disciplinas de fronteira. Pelo contrário, é visto com muito preconceito pelos acadêmicos, tratado como charlatanismo ou pseudociência. Isso já era esperado, pois tudo o que tem potencial para mudar uma civilização causa muita resistência, no início. Toda resistência é fruto da negação da realidade e do medo de perder o poder, característica marcante do ego.
Uma nova ideia evolui assim: primeiro é ignorada ou ridicularizada; depois é combatida ferozmente e, por fim, aceita. Estamos ainda na primeira fase. Portanto é uma questão de tempo para que o novo paradigma seja totalmente implantado.
Para adotar o paradigma quântico em todo o planeta, teremos de rever toda a base que sustenta as nossas escolhas, relações e comportamentos; e isso não é nada confortável, nem conveniente para alguns. Mas terá de ser feito mais dia, menos dia. Por que não agora?
+Mabel Cristina Dias
www.mabelcristinadias.com.br
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