O paradigma atual diz que a competição é a norma e que os outros são adversários ou inimigos. Qualquer divergência é vista como tudo ou nada. Onde o ego tem de vencer de qualquer forma. Fazer com que o outro seja derrotado é uma violência que não leva a nada construtivo. A derrota não será digerida e a busca da vingança começará. Somente quem é capaz de soltar é que é capaz de ser derrotado e não procurar vingança.
A visão da NH não vê desta forma. Alguém tem de dar o primeiro passo para pacificar uma divergência. Quando se é capaz de soltar não haverá disputa. Mesmo que a outra parte queira disputar não haverá clima de tudo ou nada. Quem tem a visão da NH procurará a melhor solução para todos ou cederá para que o outro fique satisfeito. As vantagens aparecerão no médio e longo prazo. Sempre a melhor conduta é pacificar as disputas. É a cooperação que John Nash provou.
Devemos evitar o sequestro emocional da amigdala e não entrarmos num círculo vicioso em que dois egos disputam. Daniel Goleman explicou detalhadamente como funciona um sequestro emocional da amigdala.
Outra coisa é não cair na armadilha do prazer da disputa de tudo ou nada. Quando entramos nessa dinâmica os neurotransmissores são criados para a competição. Isso pode virar um vício com a dependência química da disputa. Quando aquietamos a mente e analisamos calmamente uma situação de divergência esses neurotransmissores são metabolizados e não nos tornamos escravos destas situações. Isto é o porquê grupos de humanos lutam entre si por qualquer coisa, seja uma disputa ideológica, uma visão espiritual, uma partida de futebol e etc. Para nunca entrar nisso temos de mudar nosso paradigma e aprendermos a soltar as disputas. O paradigma é simplesmente aquilo que acreditamos. Seja verdade ou não. Existe um paradigma real e outro falso. Nosso caminho deve ser o de descobrir o real. O intelecto ajuda na pesquisa disso, mas temos de vivenciar emocionalmente para que seja incorporado em nossa visão de mundo. Para isso é preciso conversar, pensar, filosofar, estudar, com muita paciência.
Numa negociação a primeira coisa é não colocar o outro numa posição sem saída. O outro não pode sentir-se derrotado ou vencido. Todos podem ganhar numa negociação se um dos lados está disposto a ver o outro como uma parte da unicidade total. É aqui que entra a Mecânica Quântica quando mostra que tudo está interligado. A simples atitude mental/emocional de não competir mudará o resultado da negociação. É a intenção que comanda o universo.
Hélio Couto
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